Sobre o seu trabalho
Interessa-me pensar a pintura de forma portátil, que não tem por natureza um lugar permanente, na verdade o oposto a um revestimento de parede, pois este pressupõe um caracter fixo. A dimensão pintura/objecto de muitas delas permite criar composições infinitas e diferentes narrativas , como se de peças de Lego se tratassem.
A aparência industrial opõe-se à realidade do processo que é exclusivamente manual. As marcas do processo são visíveis num olhar mais atento. O trabalho vive desta dualidade, de uma aparência industrial como se fosse executado através de um processo mecanizado, mas que na verdade é o oposto. As pinturas requerem a nossa atenção para se validarem manuais, em que o erro aproxima o espectador à obra e ao autor, deixam de apresentar uma austeridade geométrica para se torna mais orgânicas.
É uma pintura que faz referência a uma superfície revestida, figuro um revestimento (azulejo biselado) através de outro revestimento que é a tinta. Esta ironia é um ponto crucial no meu trabalho, mascarar-se de algo que não é na verdade, obrigando a um olhar redobrado e a um convite à atenção. Interessa-me pensar a questão da imitação e do falso, na medida em que recrio tridimensionalidade com gradação de cor, insinuando relevo. A imagem final aparenta artificialidade, efeito produzido pelo módulo que não apresenta variações de cor; reflexos e sombras, o que naturalmente existiria numa parede revestida a azulejos.
Será a pintura do campo manual ou é do universo intelectual? É uma pintura que nos coloca numa fronteira entre as artes plásticas e as artes consideradas menores, questionando se a arte contemporânea tem ou não limites, e se podem eles ser ultrapassados.
Reflexão sobre a pintura
Vivemos numa era onde a facilidade de reprodução de uma imagem é um dado adquirido. Sabendo disso parece não fazer muito sentido querer passar por um processo tão analógico como o da pintura para atingir um resultado austero como é o das minhas pinturas, mas é exactamente todo esse processo lento em que o corpo e a tela disputam uma batalha que me interessa, fazer devagar contrariando o ritmo das nossas vidas.
Há dois momentos que marcam o processo de uma pintura, o primeiro onde as idealizo e
construo toda a reflexão em torno das mesmas, é aí que elas passam a existir, não numa dimensão física, mas numa dimensão mental e até espiritual.
A minha pintura tem que ver com uma experiência do quotidiano, das coisas simples do dia-a-dia.
O segundo momento é quando passo para a materialização, aí sou confrontado com um processo minucioso e exigente, tento a todo o custo chegar a um resultado o mais próximo possível ao idealizado, fechando assim um ciclo.
Este esforço físico e mental acaba por ser um misto de sensações, tanto penoso como prazeroso. É no entanto o que me atrai em todo o processo.
Palavras-chave:
– Imitação
– Monotonia
– Reprodução
– Falso revestimento
– Harmonia
– Composição
– Manual versos Industrial
– Cor
– Erro
– Vazio versos cheio
– Repetição
– Doméstico
Sobre o Artista
Caetano de Oliveira trabalha disciplinas que vão da pintura à cerâmica.
Licenciatura e Mestrado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha completo em 2014.
Frequentou o atelier da Mestre em cerâmica Inês Diana Salgado onde adquiriu conhecimentos em todas as vertentes da Cerâmica.
Em Outubro de 2016 tem a sua primeira exposição individual no MU.SA em Sintra.
Curiculum
Caetano de Oliveira é o nome artístico de Diogo Cláudio Caetano de Oliveira, nasceu em Cascais 1991.
Licenciatura e mestrado pela ESAD. CR (2009-2014) Vive e trabalha em Sintra, Portugal.
Das exposições realizadas destacam-se: Azulejo Biselado, MU.SA Sintra, (2016) ; Sintético, Lxfaxtory (2017) ; Ecrã Inteiro, Travessa Da Ermida, (2017) e C-O2, Galeria FOCO, (2017).
Exposições Colectivas
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Reality Check - Life After Retirement
Espaço Espelho de Água, Belém, Lisboa
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Lisbon Art Weekend - Duplex Open Studios
Duplex Air, Lisboa
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Duplex Open Studios
Duplex Air, Lisboa
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Exposição de finalistas da XIV Edição do Prémio de Pintura e Escultura de Sintra – D. Fernando II
MU.SA - Museu de Artes de Sintra
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C-O2
Galeria FOCO, Lisboa
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Prémio Arte Jovem
Torres Vedras
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Deconstruções Contrustíveis
Palácio Landal, Santarém.
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In The Morning
LX FACTORY, Lisboa
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Meia Pensão
Diogo Almeida Martins & Diogo Caetano de Oliveira, Electricidade Estética, HOTEL MADRID, Caldas da Rainha.
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Pensão Completa
Diogo Almeida Martins & Diogo Caetano de Oliveira, Electricidade Estética, CALDAS LATE NIGHT 18, Hotel Madrid, Caldas da Rainha.
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10.a Edição do Concurso de Artes Plásticas da Fundação INATEL 2014
Galeria Associação Portuguesa de Escultura e Pintura, Lisboa.
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Projecto “Passa a Cabine”
Mini Hotel, Fundação PT / IPLeiria, Caldas da Rainha.
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YA'AQOV
Diogo Almeida Martins & Diogo Caetano de Oliveira, Electricidade Estética, Centro de Artes, Caldas da Rainha.
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Exposição de finalistas de Artes Plásticas ESAD.CR/ 2012.
Mosteiro de Alcobaça, Alcobaça
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Exposição de Finalistas
ESAD.CR, Caldas da Rainha.
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O Que um Livro Pode
Atelier Real, Lisboa.
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Em Desenho
Museu José Malhoa, Caldas da Rainha
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There Are Many Ways to Make a Cake
Silos das Ceres, Caldas da Rainha.
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Exposições Individuais
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Sintético
Lxfaxtory, Lisboa
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Ecrã Inteiro
Porta 11 - Travessa Da Ermida, Belém, Lisboa
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Azulejo Biselado
MU.SA, Sintra
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